O desempenho superlativo do mercado imobiliário em Goiás não é um fenômeno isolado ou especulativo. Ele está firmemente ancorado em três pilares interconectados que formam um ecossistema de crescimento robusto e sustentável: a pujança do agronegócio, uma dinâmica demográfica e econômica singular, e investimentos maciços em infraestrutura. A interação desses fatores cria um ciclo virtuoso que alimenta a demanda, impulsiona a valorização e garante a resiliência do setor a longo prazo.
2.1 O Efeito Multiplicador do Agronegócio: Onde a Riqueza do Campo Encontra o Tijolo da Cidade
O agronegócio é o principal motor da economia goiana, e sua prosperidade se traduz diretamente em investimentos no mercado imobiliário da capital. A riqueza gerada por safras recordes e pela alta nos preços das commodities não permanece apenas no campo; ela flui para Goiânia, que funciona como a capital financeira, de serviços e de estilo de vida para uma vasta e próspera região produtora.
14 A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta um crescimento de 7,4% para o PIB da agropecuária em 2025, enquanto a safra goiana de grãos deve atingir um recorde histórico de 33,7 milhões de toneladas, um aumento de 11,4% sobre o ano anterior.
16
Essa injeção de capital do agronegócio alimenta a demanda imobiliária por dois canais principais. O primeiro é o investimento direto de produtores rurais e empresários do setor, que buscam em Goiânia imóveis de alto padrão como segunda residência, uma base para gerir seus negócios à distância, ou como uma forma segura de diversificar e proteger seu patrimônio.
15 O segundo canal é um efeito em cadeia: a força do agro impulsiona uma vasta gama de setores de serviços — de tecnologia e finanças a saúde e educação de ponta —, atraindo para a capital um fluxo constante de profissionais qualificados e suas famílias, que, por sua vez, necessitam de moradia.
15 Como resume João Gabriel Tomé, cofundador da construtora City, "Nosso agro enriqueceu uma região e uma população que não estava acostumada a consumir tanto".
15 Essa mudança cultural e econômica transformou Goiânia em um polo de consumo e investimento de alto padrão.
2.2 A Força Demográfica e Econômica: Mais Pessoas, Mais Renda, Mais Demanda
O crescimento do mercado imobiliário goiano é indissociável de sua excepcional dinâmica demográfica. Entre os censos de 2010 e 2022, a população de Goiás cresceu aproximadamente 20%, um ritmo quase três vezes superior à média brasileira, que foi de 7% no mesmo período.
1 Esse crescimento populacional acelerado, impulsionado tanto pelo crescimento vegetativo quanto por um forte saldo migratório positivo, cria uma pressão de demanda contínua e estrutural por novas moradias.
Esse influxo de pessoas é sustentado por uma economia que consistentemente supera o desempenho nacional. O PIB de Goiás cresceu 2,9% em 2024 e demonstrou ainda mais vigor em 2025, com uma alta de 7,7% no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior, impulsionado pela agropecuária e pela indústria da construção civil.
18 De janeiro a maio de 2025, a atividade econômica no estado avançou 6%, enquanto o Brasil cresceu 3,4%.
21 Essa performance econômica robusta se traduz em mais empregos e maior renda para a população, capacitando mais famílias a entrarem no mercado imobiliário.
Fernando Razuk, Presidente do Conselho da Ademi-GO, articula essa conexão de forma clara: "A população e a economia de Goiás crescem numa velocidade muito acima do restante do país, o que gera uma demanda enorme por novas moradias... Com a economia aquecida, as pessoas ganham dinheiro para comprar seu primeiro imóvel, fazer upgrade para um apartamento maior, comprar salas comerciais para ampliar seus negócios, etc.".
4 Essa declaração encapsula a transição direta da prosperidade macroeconômica para a demanda imobiliária individual.
2.3 Construindo o Futuro: Infraestrutura como Garantia de Valorização a Longo Prazo
O terceiro pilar que sustenta o mercado imobiliário goiano é o compromisso contínuo com o desenvolvimento da infraestrutura, tanto por parte do setor público quanto do privado. Esses investimentos não apenas melhoram a qualidade de vida e a eficiência logística no presente, mas também criam as bases para a valorização futura dos ativos imobiliários.
O Governo de Goiás, através da Goinfra, tem um plano de investimento de R$ 3 bilhões para 2025, focado em obras rodoviárias, construção de equipamentos públicos como o Complexo Oncológico de Referência (Cora) e manutenção da malha viária estadual.
22 Somam-se a isso os investimentos federais, que totalizaram R$ 677,6 milhões em 2024 para a melhoria da infraestrutura de transportes, incluindo projetos estratégicos como a conclusão da Ferrovia Norte-Sul e o Anel Viário de Jataí, que são vitais para o escoamento da produção do agronegócio.
24
No setor privado, destacam-se investimentos como o plano de R$ 400 milhões da EDP para modernizar e ampliar a rede de transmissão de energia elétrica do estado entre 2025 e 2027.
25 Uma infraestrutura energética robusta é pré-requisito para o desenvolvimento urbano e industrial, garantindo que o crescimento da região não encontre gargalos. Esses projetos, em conjunto, aumentam a competitividade do estado, atraem novos negócios e solidificam a percepção de Goiás como um local seguro e promissor para se viver e investir, garantindo que a demanda por imóveis continue forte no futuro.